Saga de Gêmeos (Edu)
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Kanon de Gêmeos (Aoshi)
Enredo: A definir
Prazo de Postagem: 15 dias
"Homens e deuses o que os distingue? Poderes? Sagração? A grande verdade é que não há diferença nenhuma entre ambos. Um homem é capaz de controlar seu próprio destino, sim, e comparado a um deus tornar-se o soberano da Terra. Com mãos firmes e sábias para manusear a ordem, o equilíbrio e a justiça de acordo com sua vontade." |
Uma figura indistinta caminhava pelas penínsulas estreitas desgastadas pelo tempo, região onde se localizava a lendária prisão cavada no despenhadeiro do cabo. Desde os tempos mitológicos, aquele lugar era reservado para prisioneiros de guerra. Pouco a pouco, as vestimentas simbólicas do clérigo do santuário eram distinguidas ao longe. Mas, o que de fato o grande mestre fazia por lá? Envolvido em seus pensamentos enquanto caminhava aparentemente seguro de sua trajetória. |
"E, é exatamente por isto que eu estou aqui. Para terminar o que comecei, para enterrar o passado e apagá-lo da história de uma vez por todas. O silêncio mostra a verdade, então só me resta cumprir meu papel. " |
-Diga-me! Você ainda está aí? O que os deuses escolheram para você? Morrer? Viver? |
Palavras são proferidas pelos lábios por detrás de sua máscara cheia de sombras, misteriosa, inexpressiva assim como sua verdadeira essência. Eram palavras que vagueavam a procura de certo indivíduo, um único homem, o único hospede daquela inóspita morada. Onde o silêncio se partia ao som das ondas furibundas, onde o ódio provavelmente havia se transformado numa chama gigantesca. Alimentada pelo sofrimento e pelo abandono, pela angústia da morte. Porém o grande mestre parecia não se intimidar perante a danação, não, pelo contrário, ele simplesmente estava lá, sólido, pronto para a ocasião. |
Um sorriso singelo deformava o lábio fino e irônico do até então solitário homem no meio de estruturas medievais, muito... Repentinamente? Aqueles cabelos... O brilho da vingança em seu olhar. Aquele delicioso rancor... Sim, aquela alma cristalizava-se. Uma alma coagulada, era isso. Lembrava dela. Não que ele pudesse ler almas, claro... É como, muito diferente, pudesse distingui-las pelo olfato. Como a serpente, animal fiel de Dionísio. Brutal e inconstante. Uma serpente pressente a outra. |
Apesar da distância, era como se estivessem frente a frente. O rei iria regressar de seu trono – era assim que ele se auto-intitulava naquele império marítimo. Em poucos instantes revelou-se nas proximidades da prisão, sua presença era quase irreconhecível, preferiu manter-se à distância do invasor, mas não fez questão de esconder sua presença, pelo contrário, seu cosmo era feroz e maléfico. Algo havia mudado. Finalmente surgia em cima de uma rocha qualquer. |
Imprevistamente aquela presença agourenta tornou-se visível, porém, muito antes disto acontecer seus resíduos emocionais e mentais já haviam contaminado aquele lugar. Tornando-o ainda mais doentio do que o de costume, realmente, o cárcere afligia e colocava à prova os limites de um homem. Dando-lhe uma nova forma, mas no que aquele homem havia se transformado? O grande mestre estava admirado e silencioso. E então compreendeu o motivo pelo qual aquele homem continuava a viver depois de tudo, sim, ambos estavam fadados a estarem face a face novamente. E, sob novos status, sob novos mantos eles resolveriam suas pendências de uma vez por todas. |
"Impossível, essa armadura onde ele conseguiu um artefato como esse? Hmmm... Então quer dizer que nem mesmo todo esse tempo foi capaz de impedir suas maquinações?" |
-Vejo que ainda respira, e ainda por cima andou escavando fundo demais. No entanto, seus esforços foram inúteis, não adianta continuar se debatendo. Nem gritar, pois sua voz não chegará a lugar nenhum. Pelo contrário, ela apenas irá se partir e sumir no espaço. |
Ninguém seria capaz de interromper aquele momento, nem sequer desconcentrá-los. Muitas coisas de suma importância estavam em jogo como, por exemplo, o futuro da Terra. Todavia somente o mar barulhento e as rochas imóveis testemunhariam aquele terrível acontecimento, o grande mestre não demonstrava nenhuma ira. Mas sua tranqüilidade por si só infundia temor, digna de um homem imponente. Uma imagem construída com extrema precaução, dotada de uma habilidade maliciosa fora do comum. O grande mestre sabia que jamais obteria o respeito do homem a sua frente, pelo menos não através dos meios convencionais. Não de forma fácil como era no santuário, onde ele dizia venham cá, e eles vinham, vão até lá, e eles iam. Onde sua palavra significava obediência, cordéis para marionetes. O poder para controlar, era um poder grandioso forjado pelas suas mãos. |
-Ha! Ah! Ah! Ainda lembro-me de seu fascínio pelo mal, de fato você tinha razão. Sou capaz de dominar esse mundo sozinho, e nunca precisarei de você para isto. Estou aqui apenas para me prevenir, apenas para remover uma pedra do meu caminho. |
A energia espiritual do “general” começava a crescer vertiginosamente. Era uma ascensão rápida, um crescer fulminante, e aquela manifestação de força lhe agradava, era bom, era satisfatório mostrar o quão havia evoluído em espírito e em intelecto. Olhou profundamente o homem, enquanto, dentro de sua alma, uma grande explosão começava a se propagar. |
Realmente, as afrontas e as ameaças deveriam ser deixadas de lado. Afinal de contas, ali não havia crianças, e nem tampouco indivíduos tolos e principiantes. Também não se tratava de uma disputa de força, não, era algo muito maior. E, muito mais inquietante. Era uma batalha épica de trevas, cosmo e desejo de glória e poder. Então por que reprimir a fúria numa batalha como aquela? De fato seria um desperdício de inspiração continuar parado. Sendo assim, já estava na hora de revelar o verdadeiro talento para governar. |
-Preocupação? Já disse que estou aqui apenas para abater um rato. Um pequeno estorvo que precisa ser erradicado, porém, se está com tanta pressa assim. Vou satisfazer sua vontade, não, farei melhor do que isto. Mostrarei não somente meu rosto, mas sim também todo meu poder para derrotá-lo. Armadura de ouro de gêmeos; venha até mim agora. |
E então, um objeto luminoso viajou em alta velocidade pelos ares até chegar àquele local. Era tão rápido que, mais parecia um borrão dourado. No entanto, logo a natureza do objeto seria revelada... Tratava-se da armadura de gêmeos. A armadura instantaneamente convertia-se em luz e envolvia o corpo de Saga, aquele que havia assumido o posto de grande mestre do santuário. Seu cosmo imediatamente entrava em ação; e, era um cosmo gigantesco e extremamente hostil. A face de Saga tinha a aparência de um demônio cheio de ódio, enquanto seus olhos encaravam com total antipatia o homem a sua frente. |
-Sou capaz de esmagar até mesmo as estrelas se entrarem em meu caminho, em breve você não será nada além de poeira cósmica. Embora esteja convencido de que pode governar esse mundo, não passa de uma utopia. Suas mãos são pequenas demais para segurarem algo tão grande, o mundo jamais saberá de sua existência. |
Saga possuía um poder incrível, admirado entre os cavaleiros. Um mito, um notável guerreiro com habilidades quase divinas. Porém, constantemente perdido entre a luz e as trevas, entre o bem e o mal disputando o domínio de sua mente. Mas, naquele momento ele era somente ódio e maldade, estava alucinado e consumido pela ganância. E, estava disposto a matar qualquer um para cumprir seus objetivos. De forma repentina e surpreendente seu cosmo queimava até o infinito, sim, ele verdadeiramente não estava blefando quando disse ser capaz de esmagar as estrelas. Saga desferia um movimento veloz e lançava uma sucessão de raios na velocidade da luz, criando assim um emaranhamento de feixes ferozes que arrasavam a superfície do local. Abriam fendas na terra, lambia a água do mar e, aos poucos, levava a pique a prisão do cabo junto com uma boa parte da costa. Pretendia enterrar seu irmão junto com a prisão? |
-Agora já pode morrer Ha! Ah! Ah! Ah! |
Kanon observou todo aquele show luminoso e dourado. Era a armadura de ouro de gêmeos. Pelo jeito Saga não se importava em revelar seu cosmo depois de tanto tempo oculto, parecia mais um cachorro raivoso que ataca sem escrúpulo algum. O lado maligno do geminiano era bem diferente da maldade completa que estava como um vírus implantado na alma do “agora” general marina. Em seus devaneios e, ao mesmo tempo, observando todo aquele show, Kanon imaginava o quanto estava superior naquele momento, pois o poder não se constrói apenas com punhos. Mas tais questões seriam tratadas mais a frente. Agora tinha que explodir sua essência já concentrada a algum tempo. |
A poeira foi baixando... Os olhos de Kanon estavam cerrados. Seus cabelos, com a ventania, agitavam-se contra a maré mais próxima devido a destruição parcial pelo conflito de forças. À sua figura inerme os cabelos davam um aspecto feral, um movimento de quem se prepara para a brutalidade que envolve todos os embates na natureza. Mas ele parecia galgar outros caminhos. Queria saborear aquele momento, mostrar o quanto o poder e a manipulação lhe fizeram bem e, por fim, se vingar. |
Um espetáculo mortífero e destruidor era o resultado do impacto das técnicas de ambos e, verdadeiramente, os poderes pareciam equivalentes. A pressão de ar era muito intensa, ou seja, até mesmo para aqueles que já estavam acostumados com aquele tipo de manifestação de energia... Seria difícil aproximar-se do local. Saga lutava com furor frenético, porém, continuava muito atento a todas as sensações e impressões a sua volta. Afinal, seu adversário/irmão era quão astucioso como um chacal, encurralá-lo seria um tanto quanto complicado. |
-É, realmente, pelo menos para mim as coisas mudaram, mas você não mudou nada e continua sendo um vulto aprisionado no fundo da caverna. Ignorado pelo mundo, incapaz de encarar os deuses porque é fraco demais. |
O cosmo de Saga continuava inflamado e pronto para o clímax da batalha, pronto para ir até as últimas conseqüências. Sua energia cósmica exercia influência sobre os elementos do ambiente fazendo com que, rochas, e porções de água do mar se misturassem e se transformassem numa massa de detritos aquecida pelo calor do cosmo. Em poucos segundos aquilo se alargava, transformando-se numa barreira interposta entre Saga e o ataque lançado por Kanon. O disparo de energia colidia com a barreira de elementos e cosmo, causando uma explosão fora do comum e formando um pilar de luz e fragmentos que subia até os céus. Era incrível, e ao mesmo tempo assustador. |
-Por que diabos Poseidon resolveu ajudar você? Tsk! Esses deuses estão cada vez mais errantes. Agora tente se defender disto, irmão. |
Depois de dizer aquelas palavras, o cosmo de gêmeos explodiu novamente fazendo-o se mover com muita velocidade. Saga avançava como um relâmpago encurtando a distância entre ele e seu irmão, o que ele pretendia afinal? Um ataque a curtíssima distância? Provavelmente, visto que os feixes de luz voltavam a acompanhá-lo. No entanto, desta vez, não eram apenas os feixes. Mas sim também uma seqüência de socos rápidos, socos duplos, triplos, múltiplos mesclados a disparos de energia na velocidade da luz. |