Estética (10 pontos):
Jaoh de Lince (William):A falta de screens em nada me atrapalha. Isso é um jogo escrito, e as screens são meras ferramentas de auxílio. Elas devem trabalhar em função do texto, devem ser meramente ilustrativas, ajudando aos demais imaginar melhor como seria a cena narrada. Mas o importante é narrar a cena, por isso eu não tiro pontos pela ausência de screens.
O tamanho da fonte é bom, não atrapalha para ler. As cores, porém, é que não são condizentes com o personagem. A armadura, por exemplo, é azul bem escuro com detalhes em verde azulado, meio esmeralda. Tem aquela parte da vestimenta por baixo da armadura que é parecido com um salmão mais forte e os cabelos castanhos avermelhados. As cores usadas foram azul num tom mais claro para a narração e um amarelo meio dourado para a fala, e são cores que não estão presentes no personagem.
[-5]Total: 5/10 pontos.
Camus de Aquário (Metallicus):As cores estão bem condizentes: a cor da armadura, a dor dos cabelos e a tonalidade da sua técnica para representarem narração, fala e pensamentos. Só acho que a fonte está muito pequena, o que atrapalha um pouco a leitura por cansar um pouco os olhos. Se usasse um negrito, ficaria melhor de ler.
[-3]Total: 7/10
Interpretação (60 pontos):
Jaoh de Lince (William):Inicialmente, devo ressaltar a dificuldade que existe em interpretar personagens cuja aparição na série foi pequena. Isso faz com que o player não disponha de tantas referências para interpretar seu personagem e, justamente por causa disso, tenha seu trabalho dificultado. Ao jogar com personagens que aparecem pouco e têm poucas falas, é necessária uma construção sobre as impressões mais marcantes, pegando os indícios e praticamente criando em cima disto um personagem. Ou seja, é necessário dar vida nova ao personagem sem que ele acabe contrariando a única base mostrada sobre ele.
É claro que é muito mais fácil errar quando se tenta inovar mais, quando se precisa criar mais, quando se precisa sair do lugar comum. É um risco que o player tem que correr, mas é justamente isso que dá graça às interpretações. Neste sentido, acho que o William se saiu bem, apesar de alguns erros que elencarei posteriormente.
Gostei de ter criado um background para o personagem, usando a aparente liderança do Atlas em relação aos Coronas e a personalidade mais imatura de Jaoh em comparação com os companheiros. Criou um laço de “irmãos de armas” semelhante ao dos cavaleiros de Athena, e traçou também um paralelo entre a fidelidade à Athena e a Abel. Isso tira aquele maniqueísmo, tira aquela impressão de que são essencialmente vilões por se oporem aos protagonistas.
Utilizou a primeira fala do personagem no movie, quando elogia a atuação do Seiya na Batalha das 12 Casas, junto com o fato de ter ignorado Seiya e decidido batalhar contra Saga movido por certo orgulho proveniente de um gosto pela batalha e pela crença em seu potencial. A arrogância se mostra também ao subestimar os adversário, como quando pergunta a Saga se ele achava que tinha alguma chance de vitória com o corpo naquelas condições.
(...) estado de ambivalência, ou seja, em que o corpo cansado comunica-se com o espírito que se ascende euforicamente às estrelas.
Nisso, o player transportou para o seu personagem essa condição, o que tornou necessário que ele se apegasse à sua confiança, pois acreditava ser superior e que o que se aplicava a Saga no movie não se aplicaria a ele nesta situação.
(...) um indivíduo que depositava sua vida na confiança perpétua da proteção de Abel.
E, tirando a confiança em sua própria habilidade, ele, assim como os demais Coronas, acreditam na invencibilidade por causa da proteção de Abel. E aí está bem estabelecida suas crenças nele: lutam por este deus por serem seus seguidores, mas lutam mais ferrenhamente por que acham que seu deus está sempre com eles. Algo semelhante aos cavaleiros de Athena que acreditam que sua deusa está sempre presente.
(...) antes de lhe atear fogo na cabeça lhe cuspira com desprezo no rosto e lhe soltara (...)
Outro cavaleiro de ouro? – Cuspiu no chão, como se expelisse todo seu desprezo àqueles homens.
Sinceramente, não consigo imaginar este tipo de atitude vinda do Jaoh. A arrogância, a sua confiança e até mesmo um menosprezo não o levariam a isso. Isso é típico de outro tipo de personagem, sendo muito mais fácil de imaginar no Kárdia de Escorpião, por exemplo, que mostra verdadeira aversão por guerreiros fracos de corpo e de espírito. E a doença do Kárdia o faz viver de uma maneira intensa, fazendo-o desprezar aqueles que levam uma vida opaca, uma semi-vida no seu modo peculiar de enxergar as coisas. Não vejo o mínimo indício na personaliade do Jaoh que o leve a fazer isso, portanto creio que tenha sido exagerada esta atitude, descaracterizando-o.
O corpo de Jaú poderia estar todo arrebentado (apesar de sequer estar ferido, pois sim; todo aquele sangue era dos cavaleiros de Atena) (...)
Então... – Apontou o dedo para aquário e com um gesto o chamou... – Por que você não vem me mostrar o que seus amigos não conseguiram, seu merda? Hu! Hu! Hu! Hu! Hu!
Um ponto que eu não gostei. Não duvido que os três Coronas possam ter vencido os cavaleiros das casas abaixo, pois há vários fatores que definem os vitoriosos em combate. O que eu não acho legal é superestimar o próprio personagem, querendo atribuir a ele uma imagem de superioridade acima do que ele realmente é. Acho inverossímil que ele saísse de seguidos combates contra Gold Saints sem estar ferido, e isso o próprio player contradiz ao citar os ferimentos de combates anteriores, bem como a dor e o cansaço que o abatiam.
No segundo trecho, é bom que se diga de antemão: não tenho nada contra palavrões nas interpretações. Acho-as legais, mas depende do personagem em questão. Muito da interpretação passa também pelas falas: não somente o conteúdo, mas como é dito, quais são as palavras escolhidas. Temos que pensar se dá pra conceber com coerência alguns termos saindo da boca de alguns personagens. Não dá para interpretar um personagem mais rústico com uma fala mais rebuscada, né? Da mesma forma, não consigo ver no Jaoh os palavrões que eu viria saindo da boca do Deathmask, por exemplo.
Jaú observou a lua cheia por alguns segundos...
Dizem que seu braço ergueu-se como se almejasse tocar à lua (...)
Achei interessante o fato de o player ter procurado referências externas para compor seu personagem, mas não acredito que ele tenha sido feliz neste caso. Na verdade, alguns pesquisadores acreditam que Yam ,Yahu ou Yaw (Jaô) seria o deus egípcio da lua, Iah. Porém, de acordo com textos sírios, Yaw seria o deus do caos – e por isso a sua missão de “destruir a Terra” -, rival de Baal, rei do céu nesta mitologia e primogênito de Beliel. Sendo servo de Abel – que se proclamou Deus do Sol – e não de Ártemis, não vejo como seria possível essa relação com Iah.
Yaw desejava subir à altura dos deuses que odiava, e vejo esta figura mitológica como mais próxima de Jaoh, uma vez que seu deus Abel foi renegado pela ira dos deuses ao tentar se erguer acima destes. Como servo fiel de Abel, por mais que estejam ambos agora seguindo as ordens do Olimpo, creio que o personagem poderia sentir uma certa ira pelo orgulho ferido em relação a seu senhor e o desejo de que este novamente ocupasse o lugar que lhe pertence (fazendo relação ao “desejo de subir à altura dos deuses que Yaw odiava”).
O leão, o senhor da savana quando se atira velozmente contra os veados compreende e de antemão já se saboreia. (...) Assim Jaú se via.
Ótimo trecho. Apesar de ser um lince, se via como um leão justamente pela confiança cega que tinha em suas capacidades, o que, em outra circunstância, o player trabalhou ao falar das lições de Atlas. Na seqüência, que eu não quotei, foi bem legal essa sede por desafio, por superação, o que fazia com que sua animação perante os sucessos se tornasse um pouco mais vazia do que supunha ser possível gozar.
Então, como se fosse uma ceta atirada por Apolo o belíssimo rapaz atirou-se cegamente à frente.
Jaoh é servo de Abel, e não de Apolo. De acordo com o movie – que é tão mal interpretado pelas pessoas quanto a uma suposta incoerência na co-existência de Abel com Apolo -, Abel era filho de Zeus e tão poderoso quanto este; desejava subir ainda mais alto no Olimpo, tendo usurpado para si o título de Deus do Sol, o que causou a ira de Apolo e dos demais deuses que o renegaram. Portanto, não faz sentido usar a imagem de Apolo quando o personagem é servo de Abel.
Lívido de cansaço seu rosto se desenhava em uma grotesca careta de dor.
Afirmou tantas vezes que, apesar de seu corpo estar ferido, Jaoh não sentia dor por estar embriagado com a adrenalina, com a animação da seqüência de vitórias e com a proximidade de concretizar seu objetivo. Ora, ele não permanecia no mesmo estado psíquico? Ele estava cansado, mas sua motivação o fazia sobrepujar as sensações corpóreas, certo? E então o player cai em contradição.
Ignoremos estes surtos que afligem os desesperados e nos concentremos mais um pouco na força que fazia para se manter em pé (...)
Não entendi onde entraria o desespero aí. Ele não tinha certeza de que venceria no final, malgrado seus ferimentos? Não tinha seu orgulho, não tinha aquela confiança exacerbada? Mesmo depois deste turno, o player manteu esta linha, por isso não creio que estes elementos tenham sido quebrados depois de receber a técnica do Camus. Além disso, acho que aconteceria justamente o contrário: na adversidade ele encontraria aquele sabor de superação que desejava – o predador que vê a possibilidade de sua presa escapar.
Então, não sentia aquele tipo de perigo descrito por nós nos passado. Tão pouco uma necessidade de se superar, aliás, teria um dia precisado? Não sabemos. Na realidade, a situação de Jaú era bastante delicada, mas sua arrogância não lhe permitia ver.
O player soube separar o seu papel como narrador das impressões de seu personagem, e isso é muito bom. Jaoh estava em uma situação delicada e teoricamente teria que se superar, porém sua arrogância o cegava a ponto de não achar que estava em uma situação que necessitava aquela superação, que pudesse lhe dar aquele gosto de “presa que pode escapar”.
Aquela forma delicada, amorosa e tão afetiva que seu rosto assumiu lhe dava ares tão magníficos que por um instante reviveu aquela expressão angelical do menino que era.
Como disse lá em cima, gostei do background criado. Só acho que não há um amor ou uma afetividade como a que foi descrita, senão um companheirismo, uma ligação que somente os parceiros de guerra têm e que os tornam valiosos irmãos. Antes que me contestem falando sobre a inocência da infância, eu gostaria de usar um bom exemplo aproveitando até que o player trocou de nick recentemente: Isaak e Hyoga. Eram duas crianças e isso não torna o relacionamento de ambos afetivo ou amoroso (tudo bem que há nisso muito das lições de Camus) – o laço que os liga é de dois companheiros tendo que se enfrentar durezas por uma mesma causa. Por coisas parecidas, por exemplo, é por isso que apesar de não se darem bem, Seiya chora por Cassius e o chama de amigo quando este morre. Esta é a razão pela qual eu acho que foi gerado um sentimentalismo exacerbado que não se encaixa com o contexto. Embora seja um trabalho de criação do player, não há menores elementos na interação entre os personagens no movie que sirva como indício para se partir para uma conclusão destas, para sustentar esse tipo de criação no background, apesar de eu elogiar bastante a iniciativa de tentar se aprofundar, de tentar criar, de tentar dar graça ao jogo e aos personagens.
Pela primeira vez na vida Jaú realmente percebeu que não lutava por Abel. Sim... Sempre lutou, mas o gosto pela matança era na realidade condicionado inconscientemente pela obrigação de lutar por Abel.
Outrora lutava por Abel, mas perseguido pela necessidade – quase animal – de matar. Uma matança que possuía o espectro do auto-afirmamento. Talvez algo inerente à sua constelação? Jamais saberíamos.
O primeiro trecho ficou se contradiz. Se o gosto pela matança era condicionado pela obrigação de lutar por Abel, então Jaoh não tinha como movitação o gosto pela luta, mas sim Abel. Pelo que eu notei, o player escreveu o contrário do que pretendia. E o que pretendia era algo muito interessante: as motivações que levam um personagem a defender um ideal. Nenhum cavaleiro de ouro luta por Athena somente por causa de Athena, mas porque vê nela, vê através dela a realização de outros ideais. Claro que eles acreditam nela, mas o porquê de acreditarem de cada um é diferente, e essa motivação não só para seguir Abel, mas sobre o porquê de gostar de lutar por ele foi algo bem pensado. E nisso vemos a relação com o lince, na questão de auto-afirmação de um predador.
Seu corpo, naquele momento, era completamente descartável. Sua vida vibrava em seu cosmo...
Encerrou bem a sua participação no desfecho daquelas idéias sobre seus próprios defeitos, a vontade de buscar aquele algo a mais no campo de batalha, as lembranças dos demais Coronas e sua devoção a Abel.
Total: 45/60 pontos.
Camus de Aquário (Metallicus):Da mesma forma que ressaltei as dificuldades sobre interpretar um personagem menos usual, há uma grande responsabilidade ao se interpretar um personagem importante na série, pois o player tem à sua disposição muito material. Em vez de precisar criar, ele já tem pronto um background, mas deve saber utilizá-lo de forma coerente sem sair da imagem fundamental do personagem, sendo coerente e dando-lhe vida. Como há muito mais coisas mostradas sobre o Camus, há muito mais a ser explorado sobre ele com muito menos risco de acabar errando – embora, claro, isso dependa exclusivamente da capacidade do player.
Tendo dito isto, falarei sobre a interpretação de modo geral: achei muito fraca. Limitou-se repetir as mesmas palavras que são atribuídas ao personagem. Falou sobre sua frieza e racionalidade, mas falhou ao demonstrar como elas se manifestam nele e sobre o porquê destes elementos intrínsecos ao Camus. Não conseguiu dar vida ao personagem, parecendo somente uma repetição de coisas mostradas no anime e ainda assim com muitos erros que me levaram a questionar sobre o quanto o player conhece sobre seu personagem. Interpretar não é só descrever uma sucessão de fatos, não é só usar o Camus e dizer que ele é frio e não esboçava muitas expressões: é compreender o personagem e efetivamente interpretá-lo, escrever como se estivesse dentro do personagem.
O que eu vi foi o foco muito mais direcionado para o confronto entre os personagens, deixando o mais importante de fora. Baseado nisso, dou a nota para a performance geral.
Mas o equilíbrio deve acontecer, pois alguns humanos levam a frieza como seguimento de uma vida e assim não cair em tentações dos Deuses.
Camus o humano que perdeu totalmente o sentimento para vencer, para sobreviver, para dar um futuro para os “sentimentalistas” (...)
A frieza do Camus não tem nada a ver com as tentações dos deuses, senão com um caminho de vida calcado em sua própria humanidade: justamente por causa dela, deve deixá-la em segundo plano em prol dos outros e de tudo em que acredita. Camus não perdeu seus sentimentos: é, talvez, em seu íntimo o mais sentimental dos cavaleiros.
Invasor já foi motivo de morte o suficiente nesse santuário o pecou por demais (...)
Sinceramente, não deu pra entender o que o player queria dizer com essa fala. Ficou mal escrito e muito confuso.
Um duelo entre cosmos de desiguais elementos se encontra preste a iniciar na essência do penúltimo templo do Santuário de Athena.
Como assim “na essência do templo”? O que seria essa essência? Se fosse no centro do templo ou qualquer outra coisa do gênero, faria sentido. Mas essência não faz sentido algum!
(...) o olhar do Francês mostra cravado na imagem de jaoh, como se fosse outra fera examinando pacientemente os movimentos do oponente para encontrar a melhor oportunidade de expulsar o invasor do cenário do protetor (...)
Feracidade no Camus? Não, ele não é um predador. Ele não o tipo que mostra frieza para dar o bote. A frieza dele é um elemento geral, desde os pensamentos até a forma de combater. Ele se porta com calma e racionalidade na batalha para não cometer erros, e não para se aproveitar de brechas e fulminar o adversário como um felino.
(...) expondo a descrença com aquele nível de luta na qual Jaoh mostrou em primeiro momento.
Agora sim pareceu o Camus. Diante dos fatos – a derrota de seus companheiros -, ele não teria como acreditar que o poder de seu adversário se limitaria apenas às aparências. Alguém que pondera tanto sobre as coisas não poderia ser levado por um julgamento precipitado, mas sim deveria compreender as coisas além do que parecem ser, deixando as falsas impressões não prejudicarem sua visão sobre uma suposta “verdade real”.
o “pobre” não passa de mais do que uma vitima dos Deuses, crenças falsas, idéias gananciosas, mas e comportamento?
Como assim “pobre”? Uma das coisas que eu abomino é um player depreciar o personagem do outro na sua narração. Ele pode comentar sobre atitudes e fatos do jogo, sobre as impressões do seu personagem sobre o de outrem, mas não pode depreciá-lo na narração, pois o que é dito objetivamente na narração é tido como fato. Além disso, esse tipo de coisa pode acabar ocasionado atritos entre os players, levando um clima de conflito para além dos personagens. Não foi algo grave, mas é digno de nota de qualquer forma e fica como aviso não só para ti, mas para os demais players, sobre esse tipo de coisa.
Caro, apenas entre nos, não tem por que esconder a verdade, a realidade é que foi seu Deus Abel que causou chacina nos cavaleiros de ouro, é a única lógica “pequeno “hunn .
Repito aquilo que disse para o William sobre usar as palavras certas na boca dos personagens certos. Pra começar, essa frase pareceu meio que um deboche; segundo ponto é que está não é a única lógica, muito menos na visão do Camus, que é conhecido por ser tão racional e não iria se limitar a uma visão tão estreita e parcial sobre os fatos; terceiro erro: por que o Camus chamaria Jaoh de pequeno?
(...) aquele tom mostrou irônico, com direito a sorriso cínico mesmo sendo discreto (...)
Camus não é irônico, tampouco cínico. Ele é apenas sério, de poucos gestos e introspectivo. As maiores atitudes do Camus são as internas, porque por fora ele mantém uma serenidade inabalável. Cinismo e ironia são duas coisas que não fazem jus ao seu modo se lidar com as situações, pois que correspondem a respostas motivadas por questões como orgulho, desdém proveniente da necessidade de imposição sobre outrem e outras coisas que não se relacionam com a personalidade do Camus.
(...) o ateniense faz o mesmo para nascer ainda mais ódio em seu oponente, se Deuses “brinco” com sentimento daquele pobre, por que Camus não poderia ?
Porque Camus é contra isso, simples assim. Ele não brinca com os sentimentos do Hyoga, por exemplo. Ele os usa para dar mais uma lição sobre a frieza necessária para ser um guerreiro implacável e poder proteger a justiça. No Ep.G, por exemplo, ele se mostra bem contrário ao tratamento que os Deuses dão aos humanos. Por que, então, ele reproduziria uma atitude com a qual não concorda? O Camus pode ser frio e racional, pode ter boas estratégias para combate, mas ele não é o tipo de personagem que provoca seus oponentes como outros cavaleiros.
(...) não se torna a cobiça de Camus confronta diretamente (...)
Sinceramente, não entendi o que tu quis dizer com isso. A frase não fez o menor sentido! Que cobiça?
(...) impossível uma visibilidade perfeita para Jaoh rumo o aspecto de Camus (...)
Rumo ao aspecto? Isso é algo que eu notei ao longo de todo o teu texto: a confusão nas idéias e o mau emprego das palavras. Isso deixa tua interpretação difícil de ser compreendida.
seras de forma desonrosa seguindo o mesmo infame das palavras e atitudes?
Novamente repito os comentários sobre a tua escrita. Tem algumas frases ininteligíveis no teu jogo, e tu tem que ter clareza nas idéias porque, como o jogo é escrito, é através das palavras que tu vai fazer os demais entenderem a cena que tu imaginou.
(...) primeiramente antes de tudo a palma da mão esquerda disponível na situação vira-se para cima, semelhante a foto demonstrada, contudo possuindo a indumentária de gradação dourada (...)
Isso deveria ser um comentário em off. Dentro da narração, fica algo aleatório, perdido, sem conexão com as idéias e quebrando até a fluidez da narrativa.
cavaleiros movidos pela fé das crenças que o carregam em cada corações ardentes pelos cosmos ao Maximo (...)
O fato de ter – e muitos – sentimentos dentro de seu peito apesar de deixá-los em segundo plano e ter se tornado um homem frio e racional, a imagem de “coração ardente” não condiz com Camus. Isso condiz muito mais com o Aiolia sendo emotivo, lutando para proteger a Lithos ou com o Seiya lutando pela Saori do que com o Camus. Por trás do iceberg, há um coração; a frieza não é ausência de sentimentos, mas sim uma camada externa que impede que a camada interna interfira no que é importante. Por isso é que um “coração ardente” não combina com o Camus, tanto em batalha como fora dela.
Grandioso guerreiro, o destino lhe ofertou a ideologia errada de Abel, caso fosse um ateniense seria um grande aliado.
Não imagino essa fala saindo da boca do Camus. Ele pode até reconhecer os méritos do adversário, ele não odeia e condena seu adversário por estar do lado contrário, ele até entende a motivação do outro como algo natural, mas não creio mesmo que ele fosse desejar que Jaoh fosse um aliado. Pra ele, o homem-gelo, tanto faz. Ele faz constatações sobre fatos, não sobre seus sentimentos acerca dos fatos – vide os comentários do Camus no Ep.G depois de congelar os soldados de Chronos.
Total: 20/60 pontos.
Combate (30 pontos):
Jaoh de Lince (William):Começou tentando um combo físico – um soco no rosto seguido de uma joelhada no estômago –, algo típico em personagens mais impulsivos e de índole mais violente. Ou seja, embora seja algo simples, está de acordo com o personagem – o que é mais importante.
[+3]Acertou o soco, que não surtiu muito efeito, e recebeu um Diamond Dust na perna que tentava a joelhada. Antes de ser arremessado longe pelo impacto da técnica, reagiu de improviso – o que é bem coerente na situação, levando em conta que ele já estava “aquecido” das batalhas anteriores, já estava nesse espírito de batalha – e agarrou o cavaleiro para levá-lo consigo, tentando projetá-lo na queda e cair com um rolamento, reduzindo danos. Narrou isto de maneira bem clara e foi um movimento bem executado.
[+5]Gosto de players que não se limitam apenas à trocação de técnicas à distância, que sabem “cair dentro”, mas não é por isso que dei a bonificação – é bom que se diga. Nada aqui diz respeito ao meu gosto como player, mas sim a uma análise o mais imparcial possível sobre os fatos como juiz. Afinal, há personagens que, de acordo com sua personalidade, não costumam sair para o combate corporal, então é melhor que os players mantenham as características de seu personagem.
Sobre os “pontos de luz”, achei muito estranho. Que tenha aparecido no movie, Jaoh tem a Shining Hell Claw; fora isso, tem a particularidade de seu cosmo que gera energia calorífica. Mas não há nada sobre conseguir concentrar energia em pontos específicos, como se fossem os fótons do Photon Invoke do Aiolia. Achei, pois, uma incoerência no combate. Seria o mesmo que deduzir que todos os personagens podem “armazenar” energia sob o solo para fazê-la eclodir depois como no Lightning Fang, por exemplo, ou fazer algo semelhante à Odin Sword do Siegfried. Não entenda isso como se não pudesse ser feita inovação e improviso; eu gosto muito quando isso acontece, contanto que seja dentro das possibilidades do personagem.
[-15]Se ignorássemos isso, o que restaria seria a Shining Hell Claw se confrontando contra o Diamond Dust. Algo simples e muito comum na série.
Não que seja o erro, mas apenas uma curiosidade sobre a qual eu pensei: há um erro na tradução da técnica do Jaoh. Hércules Reluzente, embora seja o “nome oficial” em português, está completamente errado! Não há relação entre Jaoh e Hércules, mas sim entre Jaoh e lince. Por isso as “garras reluzentes do inferno” (por sinal, resguardadas suas peculiaridades, me lembra a técnica do Retsu de Lince no Ep.G). O problema é que a pronúncia japonesa para Hell Claw meio que lembra Hércules, e daí o erro de nossos tradutores. Mas comentei só como curiosidade, não interfere em nada no jogo.
Total: 23/30 pontos.
Camus de Aquário (Metallicus):Aceitou o soco no rosto, o que mostra que o player não tem problemas em receber ataques, e isso é uma atitude saudável para o bom andamento de qualquer jogo. De qualquer forma, foi inteligente ao aceitar um golpe de potencial não tão ofensivo para conseguir encaixar um contra-ataque mais forte: um Diamond Dust na perna que tentava golpeá-lo com o joelho no estômago.
[+4]Quando Jaoh o projetou em seu contra-ataque, Camus conseguiu se equilibrar no ar e pousar sem problemas. Completamente normal, nada mais a comentar sobre isso.
Tratando de um contra ataque a possibilidade do acerto é quase perfeita, trazendo danos de impacto ao corpo o suficiente para lançar a vitima em direção frente à de Camus.
Isso aqui cabe ao juiz analisar, e não a ti. Sou terminantemente contra este tipo de narrativa, na qual à uma imposição sobre determinada circunstância, como se quisesse levar o outro player e o juiz a crerem que seria meio incoerente um possível movimento evasivo – independente de ser ou não no campo fático. Tem que se limitar a narrar as atitudes do teu personagem, e não os efeitos ou possibilidades de algo que não se concretizou ainda.
[-5] continua provocar a descida da temperatura apenas do seu contorno , enquanto o cenário abaixa com mais acanhamento ( 261 cosmo, 100 cenário ). Elevou o braço direito para cima ate que o próprio membro esconde facilmente nas pressões.
Enquanto o restante do cosmo fica por uma outra ocasião. Camus é extremamente prudente.
Como assim 261 cosmo, 100 cenário? A gente não joga com pontos! Achei bizarro esse trecho, e não condiz com a forma como se joga este tipo de RPG. Sobre o segundo trecho, é claro que há um certo cansaço e dificuldade para utilizar técnicas depois de ter despendido muita energia em outros ataques. Mas não se gasta cosmo, e sim energia. O cosmo continua o mesmo, mas a capacidade de transformá-lo em energia e lançar determinados ataques é que pode diminuir de acordo com a fatiga dos personagens. Talvez o Camus não conseguisse usar várias Aurora Executions seguidas, ou lançá-las todas com o mesmo potencial ofensivo. Mas dizer que o Camus usa o Diamond Dust pot ser prudente e para econimizar energia não faz sentido algum! Ainda mais em uma situação como a do jogo, na qual seus outros companheiros já morreram e há um grande perigo para Athena.
[-10] Lançou a esfera com a mesma formação em direção do oponente
O Diamond Dust não é como um Hadouken. A esfera condensada na mão do Camus é a energia que ele utiliza para projetar seu punho e lançar a rajada de vento e gelo. Tanto é que o Camus “estoura” essa esfera ao usar o Diamond Dust liberando a energia já mencionada. Claro que existem variações na forma de se aplicar uma técnica, contanto que não descaracterize a própria técnica. Se o Diamond Dust é uma rajada de ventos gélidos, ela pode ser usada de várias maneiras, mas não como uma “esfera de energia gélida”. Isso seria qualquer outra coisa menos um Diamond Dust. Seria uma rajada de energia gélida, independente da força que contém, mas não seria um Diamond Dust.
[-3]Total: 16/30 pontos.
Resultado:
Declaro, portanto o player
William (Jaoh de Lince) venceder deste jogo com
73/100 pontos contra
43/100 pontos do player
Metallicus (Camus de Aquário). Gostaria de dizer que em momento algum eu quis ofender algum dos players ou me deixei influenciar pelas minhas preferências como player, respeitando igualmente ambos os estilos de jogo e me baseando como juiz somente nos fatos mostrados no decorrer das respectivas interpretações. Venceu aquele que conseguiu explorar mais errando menos, e isso ficou bem evidente durante o julgamento.