Athena Exclamation 2.0

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Saint Seiya forum


    Jaú de Lince (William) x Saga de Gêmeos (Dan)

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    Mensagem por Convidad Sáb Mar 06, 2010 1:24 am

    Jaoh de Lince (William)
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    X

    Saga de Gêmeos (Dan)
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    Enredo: vide filme.

    Prazo de postagem: 07 Dias.

    Prazo máximo de duração: 45 Dias.


    Última edição por [AE]Judge em Dom Mar 07, 2010 10:11 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Convidad Dom Mar 07, 2010 3:45 am

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    Dos céus, o relâmpago quase divino. Os micro-feixes de luz brotaram daquele ébano já dormente, engolindo a noite, se transformando, pois, numa derradeira amálgama de luz a ribombar pelos ares em forma de cosmo. A explosão das galáxias se deu em sua forma mais poderosa, chocando-se contra o corpo do adversário e fazendo o seu sangue verter numa única cascata pelo solo desigual, se assentando, por fim, numa incisão aberta também pelo mesmo golpe. Fechou lentamente os olhos, pesaroso, ao observar que o Pégaso fora castrado de suas asas: rodopiando pelo céu ainda engolfado em luz, ele sentira o peso da gravidade recair sob o seu franzino corpo, tombando sobre o solo de pedra batida e deslizando aos pés daquele que o havia atacado. A dor incessante que chegava a quase lacerar o seu peito já não era algo a se preocupar naquele momento; sabia que seria visto como traidor, aceitava o fato e compartilhava dessa dor com os outros vestidos em ouro que voltaram à vida junto a ele. Mas isso não fazia o vazio em seu peito menos doloroso: somente o tornava tolerável.

    Girou nos calcanhares, recaindo o olhar sob o corpo daquele por quem, estranhamente, detinha um grande apreço. Um repentino embrulho no estômago varreu as suas idéias quando constatou o impossível: o menino-herói que fora capaz de tocar o Sol e realizar o inalcançável estava morto. O sangue borbulhante do Pégaso se dividiu em incontáveis vertentes, se distanciando do seu corpo e desembocando, enfim, numa enorme fenda cujo término não se podia enxergar. As lágrimas correram pela sua face em uma agonia paradoxalmente calma.

    Ainda que lamentasse a perda, tinha total consciência de que, onde quer que estivesse, o garoto Seiya estaria sorrindo. Havia confiado a ele a missão de resgatar Athena das presas lacerantes da morte. O momento de lutar havia chegado. Jamais haveria de apagar das páginas da história o que fizera de vil outrora, mas, se houvesse um modo de compensar, ainda que minimamente, tudo que havia feito, este modo seria lutando! Quase pôde sentir o fardo, pequenino, a repousar em seus braços, exatamente como vira ocorrer naquela fatídica noite em que Aiolos A resgatara da morte.
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    “Athena...”
    Nem mesmo iniciou a frase e as palavras se engasgaram em sua mente. Na verdade, simplesmente não sabia como concatenar as idéias, como pô-las em ordem em um momento crítico como aquele. Os cosmos de todos aqueles que voltaram à vida junto a ele haviam sumido, engolidos pelas chamas da Coroa do Sol. Bem provável que fosse o único ainda de pé por Athena. Aquilo fez nascer em seu coração um ardente fogo cuja chama não há de se apagar jamais. Lutaria. E enfim, como quem descobre o motivo pelo qual as estrelas brilham, chegou à conclusão de que o faria não pela remissão de seus pecados, mas sim porque era o correto, o justo, aquilo que transmitia de forma inexorável e indubitável o amor de Athena para com os seus cavaleiros. Aquilo que sempre os moveu à frente, não importando quais intempéries fossem impostas pelo destino.

    Sentiu o cosmo ardente a se aproximar por detrás dos amontoados rochosos logo à frente, mas nada temeu: tinha Athena em seus braços, comungando de sua dor e compelindo-o a seguir em frente.

    Prostrou-se à frente, deixando para trás o corpo do Pégaso jazido em meio a uma poça do próprio sangue semi-coagulado. Deixando para trás dores, arrependimentos e toda a intranqüilidade que habitou o seu ser desde então. As navalhas que sentia dia após dia fincadas em seu coração perdiam o fio e desapareciam. O aperto que sentia esmagar a sua traquéia e roubar-lhe o ar, enfim, afrouxava.
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    – Você... – disse entre lábios, enquanto sentia o cosmo a brotar num rodopio ígneo em meio às rochas. – Foi você quem matou Camus de Aquário, correto?


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    Mensagem por Convidad Dom Mar 07, 2010 4:13 pm



    Das galáxias, o assassínio do Pégaso. Do traidor, a augusta esperança.
    Acreditar-se-á que o eqüino branco completamente incapaz de vencer as estrelas perdera as próprias asas mergulhando destroçado, como Ícaro, para morte. Na realidade, não existem dúvidas que esta seria a interpretação mais fidedigna para àqueles que desconhecem o coração de um cavaleiro de Atena. Mas... Este véu negrejado se torna translúcido ao leitor. Na medida em que este, acessível àquelas informações escondidas nas entrelinhas pode contemplar a verdade. No entanto, aqueles que não podem fazê-lo certamente se enraivecem para com Saga de Gêmeos. O fardo que este homem agora carrega nas costas deve ser pior que o castigo de Sísifo. Aliás, o ignoremos por um instante, pois é da longínqua flâmula que bruxuleia quase imperceptível que vamos dirigir nossa atenção, ei-la:

    Sob o céu adormecido pelo feitiço das estrelas e atrás daquela pilha de rochas assimétricas se espreitava um voraz predador. Os olhos como os de uma besta assassina regozijavam-se com o farto derramamento de sangue. O desejo de se deliciar – embebedar-se– com tal vida derramada em abundância projetava um ardor moderado em sua epiderme que, de forma ascendente alimentava sua flâmula, tornando-o visível. Quão curioso pode ser a metamorfose que eclode no interior do homem [?] Há pouco tempo admirava-se com a lua cheia que aparentava ser um belíssimo metal precioso flutuando em águas negras intangíveis. Mas foi apenas a fração de segundos em que pôde farejar o sangue como se estivesse diluído no ar para que o filho do sol e amante da lua se excitasse.
    Transformou-se rapidamente. Aquele conhecido como Jaú, o cavaleiro de Lince Flamejante. Talvez este não fosse o mais poderoso da tríade, mas certamente o mais egocêntrico. Estava obrigado a vigiar... Com sua destreza ímpar pôde se escorar nos lugares mais inusitados para relatar os pormenores da guerra que estava sendo travada. Esteve presente em todos os combates. No entanto, foi com a abrupta queda de Pégaso que se deixou consumir. Na realidade, o que descrito como vontade de se embebedar com o sangue foi uma escrita um tanto quanto vulgar, pois a intenção de Jaú era de comemorar. Seiya de Pégaso, o mais formidável cavaleiro de bronze e único que ainda respirava havia perdido suas asas e mergulhado diretamente para os frios braços da morte. Atena quase morta, certamente se aproximava da boca que lhe guiaria para o mundo sem voltas. Havia o gosto da vitória disperso no ar. Haviam, finalmente, conquistado o mundo. Os que se opuseram à vontade de sua majestade Abel encontraram o mesmo caminho que a deusa que juraram defender. Então, não o culpemos por tal alegria descrita de uma maneira esdrúxula.

    Jaú era singular e não é de nossa intenção revelá-lo por completo. Deixemos que o ritmo da história se amolde as extremidades que sua água percorre para que gradativamente sua verdadeira natureza brote clarividente. O estopim, no entanto, foi quando descia aqueles pedregulhos rústicos e pôde contemplar no próprio sangue semi-coagulado o brilho concêntrico da lua cheia. Aquele indivíduo era um predador por natureza, além, é claro, de se deliciar com demonstrações de força – embora achasse Saga de Gêmeos pífio. Aquela Supernova incandescente; o corpo falecido do Pégaso em queda vertiginosa; a beleza da lua; a beleza da vitória e a glorificação de Abel, ou seja, todo seu contentamento era visível em seu então radiante semblante luminoso. Os traços à grego que possuíam uma beleza peculiar rebrilhavam em alegria. Imaginemos, leitor, quão repugnante deve ser para o cavaleiro de Atena aquele sorriso satisfatório. Notou com seus olhos de felino certa inquietação no “fantoche de Abel”, mas por um instante ignorou-o e a sua pergunta também. Deixou-se mirar com os olhos o belo brilho da lua e quem saberá o que lhe passou na mente [?] Só se ouviu seu gargalhar vívido de satisfação e a resposta um tanto quanto “cantada” pelos vestígios da risada que ainda deixava seu espírito emanar euforicamente pela agitação do grego.


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    – Aquário...?, sim, eu matei o traidor.. Hu! Hu! Hu! Hu! –
    Então, olhou como sobre o ombro direito daquele homem embrulhado por ouro e mais uma vez observou o cadáver:

    – Você eu vejo que cumpriu muito bem DESTA VEZ sua obrigação. Vamos, vamos. Vamos contar as novas para nossa majestade Abel.

    Os cavaleiros de ouro eram os mais formidáveis a serviço de Atena, no entanto, Jaú via aquele à frente com total insignificância. Certamente não era por ter “vendido” a alma para Abel e por tal ter perdido seus valores, pois para o lince flamejante muita coisa, como valores morais etc., eram superficiais. Apenas via-o como uma barata, pois era isto que era para contra seus pés de gigante intocável. Sua ignorância – por assim dizer – era tanta ou a cegueira projetada pelo seu excesso de confiança que sequer percebeu o perigoso caminho que poderia adentrar, referindo-se de aquário daquela forma. Na realidade, evidentemente, Jaú desconhecia os sentimentos que turbilhonavam o espírito de Saga, julgava este como um animal domado (ainda mais pós-matar Seiya) que se ordenasse cuspiria no próprio cadáver de Atena – provando sua total obediência a Abel. Ignorando tudo o mais volveu sobre os calcanhares e começou a caminhar, mas...

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    Jaú de Lince (William) x Saga de Gêmeos (Dan) Empty Re: Jaú de Lince (William) x Saga de Gêmeos (Dan)

    Mensagem por Convidad Seg Mar 08, 2010 9:37 am

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    Uma inquietude brotou dentro de si em forma duma diminuta centelha incandescente, que, após se micro-dividir e se expandir grosseiramente, voltou a se mesclar e formar uma cólera quase bestial em seu âmago. Os olhos entreabertos se estreitaram ainda mais, permitindo à visão maior agudez; agora pôde encarar o algoz de Camus perfeitamente. Esquadrinhou-o de cima a baixo, estagnando o olhar na fixidez daqueles orbes de besta faminta. Mais um pouco e pôde olhar através deles – não porque tinha o dom da clarividência, mas sim porque era nítido o quão distante da benignidade era aquele rapaz de possíveis dezessete ou dezoito anos. O odor embriagante do sangue do Pégaso inundou as suas narinas derradeiro, e então se recordou do garoto e suas asas. O olhar, repleto de amabilidade, espreguiçou-se pelo seu corpo já morimbundo e, novamente, sentiu o olhar anil marejar-se, sendo brevemente engolido por uma tênue camada de lágrimas.

    Dois ou três passos à frente e chegou ao alcance da carcaça de Seiya. Por um breve momento, recordou-se de um verbete que lera ainda quando jovem.

    Fazia mênção a Ícaro, em específico, mas dizia que o destino daqueles heróis que possuem asas é previsível como o desencadear da natureza, o ir e vir do mar: o único erro dos heróis que possuem asas é querer voar acima das nuvens e tocar o Sol. Um tênue sorriso brotou do canto daqueles finos lábios num crispar quase imperceptível: Pégaso contrariara a regra. Haviado desafiado até mesmo o Sol, sim, mas somente porque se fez necessário. A sua ganância se resumiu somente a amar demais aquilo em que acreditava. E foi por isso que uma última lágrima verteu pela sua face em um derradeiro laivo, gotejando e juntando-se à poça já quase sólida do sangue do guerreiro brônzeo. Agachou-se e, após envolvê-lo em seus braços de morna benevolência, ergueu o seu corpo sobre os ombros.
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    – Traidor?! – disparou ainda de costas; o tom manso de uma quase tranqüilidade em sua voz havia sumido por completo, dando lugar à rigidez de rocha impenetrável. – A única divindade a quem Camus obedeceu e sempre há de obedecer mesmo depois de morto é a Deusa Athena.
    Lacônico. Regurgitou as palavras que estavam entaladas em sua garganta desde que voltara a esta vida artificial, a esta vida sem sentido – somente o fizera por sua Deusa, claro, mas não era de se admirar que se sentisse ligeiramente mal em ser visto como duas vezes traidor.

    Ainda assim o fazia; uma força maior o compelia a lutar. Mesmo quando tudo parecesse perdido e o futuro se mostrasse fosco diante de seus olhos, ele caminharia adiante! Se sentiu, curiosamente, semelhantíssimo àquele que tentou matar na fatídica noite duma sexta-feira sombria. Se sentiu tal qual Aiolos, com o fardo pequenino entre os braços, e, com ele, o destino de toda a humanidade. Quase pôde sentir a palpitação baixinha do coração daquele pequeno bebê de cabelos violeta.

    Inspirou com força, sentindo a gelidez quase ácida daquele ar ungido em sangue inundar seus pulmões. O olhar, após analisar calmamente o terreno desigual, se fixou num aplainado que julgou adequado, onde, com um cuidado irretocável, repousou o corpo do Pégaso. A mente disparou em pensamentos mil, indo e vindo num oscilar frenético e doloroso.
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    “Finalmente a sua alma pôde descansar em paz, Seiya. Tantas batalhas, tanta dor, tanto sofrimento.” - Encostou gentilmente a mão direita numa das bochechas do garoto, limpando uma mancha sangüinolenta que lhe desenhava a face. - “O seu punho me trouxe a verdade que estes olhos um dia tanto sonharam em ver. Se hoje estou em paz comigo mesmo, eu devo isso a você... Finalmente estes punhos poderão descansar; sem preocupações, dor ou lamento. Cuidarei de Athena. É uma promessa. Até mais...” - O polegar e o dedo-médio tocaram as pálpebras do Pégaso, ainda entreabertas. Lentamente, elas foram se fechando, como um espetáculo que se encerra precocemente: o nobre espetáculo do garoto cujas asas de plumas brônzeas refulgiram num tom de ouro e singraram em meio aos céus.
    Desdobrou a coluna e os joelhos, pondo-se novamente de pé. O olhar passeou brevemente pelos rochedos, novamente se focando na silhueta daquela besta faminta, que parecia exalar e ingerir sangue. Tudo proveniente dele o remetia à malevolência, a uma quase lascívia; enxergou em sua mente, por entre o esquálido corpo de Jaú, toda a matança e derramamento de sangue que ocasionara durante estas quase vinte e quatro horas. O seu cosmos havia sentido, ao longe, as matanças ocasionadas pela lince demoníaca de Abel, mas só agora, diante daquele olhar animalescamente faminto, se deu conta do sofrimento daqueles por ele queridos.

    Quase pôde ouvir o barulho dos ossos de Camus se partindo. Quase pôde sentir o sabor do sangue de Shun e Hyoga, no qual Jaú tanto se embebedara. E então o ódio fluiu dentro de si como uma chama incontrolável, ascendendo o seu cosmo na brasa incandescente de Gêmeos que se desenhou aos céus. A constelação refletiu a magnificência energética do seu protegido, retribuindo-o na forma do incandescente cosmos que brotou através de sua derme, indo e vindo e, finalmente, se concentrando nas extremidades de sua mão direita.
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    – Sim, há algo que eu quero contar para Abel... – E a energia em seus dedos se expandiu ainda mais, tomando a forma duma oscilante esfera de cosmos crepitante. Tão poderosa e disforme, que parecia querer deflagar-se a qualquer momento. – Mas eu quero falar com ele em particular, sem interrupções e, para isso, receio que terei de te matar.
    O seu olhar, dono de uma paradoxal chama de imutáveis rigidez e incandescência, injetou-se sobre o de Jaú, e então todo o poder acumulado em forma de cosmos abandonou a sua palma. Percorreu, então, um caminho retilíneo sem obstáculos, varrendo os ares e o solo em direção à lince. Tudo ao seu redor era engolido pelo imenso “ken”, que crescia de um modo descomunal.

    O que outrora havia sido uma crepitante esfera de poder oscilável, agora era praticamente um imenso meteorito energético de aproximados três metros, que abocanhava o que surgia à sua frente. Absurdamente curioso que um poder de tamanhas proporções surgisse somente a partir de um jogo de pulso do cavaleiro de Gêmeos, mas era, de fato, o que ocorria.


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    Mensagem por Convidad Seg Mar 08, 2010 1:42 pm



    O que se passou após Jaú, o amante da lua se virar e retornar (tentar) para o lado de Abel foi tão intenso, que somos obrigados a apresentar os pormenores do que se sucedeu. Ei-los:
    De fato, Jaú não possuía consciência da ambivalência de Saga de Gêmeos. Este, por sua vez, estava inexpressível, um verdadeiro marmóreo. Na realidade, o pouco daquela lamúria que transpassou seu espírito e violou seu belíssimo semblante polido foi imperceptível para o vassalo de Abel. Contemplar as lágrimas daquele homem e admirar seus demônios é um espetáculo inenarrável ainda que: não é de nossa intenção fazê-lo, mas nos permitimos respeitosamente a admirar, pois é de uma beleza única. O leitor que de seu assento é capaz de compreender a magnitude dos sentimentos de Saga e sua gigantesca força para se “libertar” dos grilhões de uma vida errônea, além de lutar pela justiça, não pode cobrar o mesmo de Jaú.
    Este – como já dito – desconhecendo completamente a maré violenta que golpeava o espírito de Saga caminhava embora. Jaú arrogante por natureza e vigoroso pela idade possuía aquele típico comportamento adolescente. Aliás, frisemos: que embora desconhecida, sua idade não passava dos vinte anos. Logo, além de não possuir aquele conhecimento que caminha ao lado das experiências da vida, Jaú sentia-se divino. Imaginemos um adolescente típico, com sua alma selvagem, arrogante, dona da verdade, rebelde e todo aquele exército curioso de elementos que assolam a alma de um indivíduo nesta época curiosa de sua vida. Jaú era um adolescente típico, mas diluído na alma de um Titã. O típico adolescente, com suas armas se julga tão invencível e portador da verdade. Agora, imaginemos quão delicado é nossa situação, leitor, quando devemos traçar uma linha, ao menos próxima, dos raciocínios de um indivíduo como este conhecido por amar a lua.
    Aliás, Jaú além de tudo era incapaz de se aquietar. O espírito invadido por uma prazerosa sensação de vitória bradava incessantemente. Então, era impossível que compreendesse o que fosse daquele indivíduo de gêmeos. Entretanto, havia algo que compreendia e muito bem – o perigo. Não o perigo em seu conceito básico, pois acreditamos cegamente que o coroa do sol ali à frente era incapaz de sentir tal sensação. Além de seu espírito invencível, possuía em seu ombro o toque e repouso reconfortante da proteção de seu pai, o grande senhor Abel. Mas... Sentir aquele cosmo eclodindo de tal forma evidenciava algo “incomum”.
    Aquela formidável massa de vida inorgânica, com sua beleza peculiar almejava como os homens sonhavam em voar, como os pássaros, dilacerar a carne do felino do sol – ao menos era o que se podia interpretar. Na realidade, Jaú mesmo de costas parou para escutar as palavras de Saga e no momento que elevou sua cosmo-energia às estrelas: pôde se preparar. Não que em sua cabeça formasse estratégias, mas apenas sentir-se precavido, pois um animal selvagem sente algo incomum. Aliás, não é necessário ser gênio ou super sensitivo para compreender a natureza da atitude de Saga. Aquela pequena flâmula – já descrita inicialmente narrando à aparição do coroa se transmutou rapidamente para uma “criatura” flamejante e belíssima.
    No entanto, o cosmo de Jaú não se fez magnânimo – longe disto, pois sequer teve tempo para tal. Apenas sentiu sua cosmo-energia arder através de sua epiderme e ser contornada por uma vivida película alaranjada, muito semelhante com o contorno que há no próprio sol. Mas, nisto, já pôde ouvir a monstruosidade animalesca daquela massa engolindo rusticamente o terreno que ia deixando para trás. Então, como um animal que preserva a própria vida e quase como por instinto saltou de frente para frente, como se voasse. De fato, Jaú desejaria se confrontar com aquela técnica, mas dado o momento era completamente inviável. Na realidade, tudo foi muito rápido para um olho humano, mas por nós, capacitados em fazê-lo minuciosamente podemos descrever a graça de sua esquiva.
    Esta se constitui basicamente da seguinte maneira: Jaú vendo-se sem tempo para reação eficaz encontrou a única saída no que concentra o ato de realizar um salto à frente, mas de peito e com os braços atirados para frente, como se voasse. Abrindo espaço – pouco – entre si e o próprio golpe. As mãos devidamente abertas e firmes agarravam-se ao chão quando este “caía de cabeça” por conta do salto. Mas mal teve tempo em permanecer ereto de ponta cabeça e as mãos e braços em demasiado trabalho físico pesado impulsionaram seu corpo para cima/frente (por conta da ainda impulsão do salto anterior), fazendo-o rodopiar várias vezes no próprio eixo para enfim, saindo da linha do golpe voltar ao chão, porém desta vez de frente ao audaz cavaleiro de ATENA.
    O leitor mais cuidadoso teria visto que no segundo que o corpo era arremessado para frente/cima o “Ken” de Saga passou raspando a superfície de Jaú arrancando-lhe além de boa quantia de cabelo numerosos filetes de sangue. Estes filetes se desprendiam tão rapidamente no então rodopio do felino que borrifavam incessantemente para todos os lados. O filho de Abel então transtornado com a situação que lhe atacava diretamente o próprio ego se sentiu ultrajado. O semblante agora enraivecido era banhado por pequenos riachos de sangue que se desprendiam de sua testa e percorriam suas delicadas linhas de expressões. É difícil para nós que mesmo tendo a oportunidade de escrever o que se passava captar com exatidão a revolta daquele adolescente. Não saberíamos afirmar adequadamente se o que o revoltava era a traição para com Abel ou a maneira que fora atacado. Talvez... Talvez... era a maneira que fora atingido. De fato, este jamais demonstraria que esta era sua raiva, eclipsando-a no fato do ataque ser de forma indireta contra seu pai Abel.


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    - Atacando pelas costas?! Covarde... – Cuspiu uma pequena quantia de sangue que teimava em lhe escorrer sobre os lábios. - Ao menos, aja como Aquário, que teve a decência de morrer... de frente... de joelhos...! Hu!! Hu!! Hu!! Hu!!

    A lembrança repentina de aquário ardendo nas próprias chamas do sol lhe forçou uma sádica gargalhada. Talvez Jaú tivesse feito tal comentário para tocar o íntimo do seu antagônico, mas talvez esta ousadia em afetá-lo – possivelmente – o psicológico era demais para uma criatura tão irreflexiva. Ignoremos tudo o mais, pois a beleza do que acontecera em seguida àquelas palavras foi singular. Jaú se lançou incrivelmente veloz à frente. Em um segundo estava há metros de Saga e agora seu punho fechado golpeava violentamente a boca de seu estômago, sem nem mesmo se preocupava com a resistência da armadura de ouro.


    - Eu vou é te castigar, herege... em nome de Abel!!!
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    Mensagem por Convidad Seg Mar 08, 2010 8:22 pm

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    A assomática massa de cosmos em estado crepitante singrou à frente, retilineamente, sem desafios, alimentando-se do que ousou se estabelecer entre a sua presença e a sua pretensa vítima. Os seus diminutos relâmpagos, provenientes da energia estática inclusa no acúmulo de cosmo-energia, bordoavam os pedregulhos incessantemente, almejando abandonar aquela quase-esfera de pura disformidade, o que adicionava, contudo, ainda mais poder àquele ataque aparentemente primário.

    Notava-se, no entanto, que, apesar do imenso poder que se faz necessário para se realizar um ataque destas proporções - o que seria impossível até mesmo para alguém do nível de Saga, visto que o seu único movimento ofensivo foi um refulgir incandescente de uma das mãos -, tanto a constelação quanto o cosmos de Gêmeos haviam se apagado. Indiferentemente a tudo, o "ken" energético lançado anteriormente continuava a sua sede pelo sangue da lince.

    Já podia ser visto bem próximo de seu esquálido corpo, e foi neste momento que o felino de olhar bestial agiu: impulsionou o corpo monstruosamente para frente, girando no ar e, após tocar o solo com as palmas das mãos, catapultou-se à frente num esforço descomunal. O rodopio no ar seu deu em parábola, e o olhar inflexível de Saga acompanhou-o até o pouso, já numa distância que julgou adequada. Pôde até mesmo sentir o hálito sangüinolento de Jaú quando o mesmo pousou à sua frente, a menos de dez centímetros de distância do seu corpo oculto.
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    – Não devia acreditar em tudo que vê... – disparou, enquanto a sua figura pálida de cabelos azulados surgia ao flanco esquerdo. – ... Jaú de Lince. – E o seu cosmos eclodiu num tom d’ouro, revolvendo toda a energia cósmica que Saga conteve dentro de si por aqueles ínfimos, mas úteis segundos.
    Foi naquele curto interstício de tempo que a massa assomática eclodiu contra um rochedo pouco abaixo dos pés de Jaú e Saga – que estavam proxíssimos, diga-se de passagem –, mas a destruição que se ocasionaria normalmente, em qualquer ocasião distinta, simplesmente não ocorreu. A amálgama de cosmo e luz se dissipou em meio ao ar, extinguindo-se na forma de vários raiozinhos bruxuleantes de energia, que passaram por sobre os seus ombros meio segundo antes do fim.
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    Em suma, deixando de lado os detalhes triviais - e, obviamente, inócuos - anteriormente referidos, o que ocorreu foi que, para Jaú, o tempo foi escasso até mesmo para uma piscadela de olhos; nem mesmo pousou e se viu diante do gigante capaz de esmigalhar as galáxias.

    Nem mesmo pôde abrir os olhos com certa tranqüilidade e sentiu o poder incandescente da eclosão cósmica de Gêmeos consumir e abocanhar tudo em sua direção. Os corpos celestes sequer tiveram tempo de se exibir: trincaram e explodiram, liberando um imenso borrão de energia d'ouro contra a pobre lince que, por acreditar de forma tamanha em seu potencial, se esquecera que uma batalha não é feita somente por um lado. Em todo embate há uma presa e um predador. E ele era a presa.


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    OFF:. Só pra esclarecer. No turno passado, narrei o Saga mandando um ken descomunal (absurdamente fora do comum) contra Jaú somente com um brilho em sua palma. Isso seria totalmente impossível, jamais se viu em toda a série alguém mandar um ken de energia com as descrições expostas somente com um brilhinho energético nas mãos. Cheguei até mesmo a enfatizar nas últimas linhas da narrativa, o que não seria necessário, já que Saga domina perfeitamente o poder ilusório, mas, ainda assim, eu o fiz, já que não gosto de ilusões perfeitas que se desmancham e revelam o impossível sem ao menos uma dica implícita na narrativa.

    Bem, de qualquer forma... é isso. O ken mandado anteriormente era somente uma ilusão. O verdadeiro Saga somente acompanhou o movimento de Jaú, antecipando a sua queda e recepcionando-o com um Galaxian Explosion dos brothers.
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    Jaú de Lince (William) x Saga de Gêmeos (Dan) Empty Re: Jaú de Lince (William) x Saga de Gêmeos (Dan)

    Mensagem por Convidad Ter Mar 09, 2010 3:05 pm

    Como o player Dan deixou o fórum e não há o número mínimo de turnos para se levar o jogo a julgamento, declaro o player William vencedor por WO.

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